terça-feira, 30 de setembro de 2008

METANO

Milhões de toneladas do gás estão a ser libertadas no Árctico
Metano: a nova ameaça para o aquecimento global
Fonte : http://ultimahora.publico.clix.pt

Cientistas a trabalhar no Árctico asseguram que descobriram uma nova ameaça para o aquecimento global. Milhões de toneladas de gás metano, 20 vezes mais potente que o dióxido de carbono, estão a escapar para a atmosfera a partir dos fundos marinhos da plataforma continental siberiana.

Os depósitos de metano sub-aquáticos estão a ser libertados para a superfície sob a forma de bolhas na região do Árctico, à medida que a região aquece e o gelo recua, segundo noticia hoje o jornal “The Independent”.

Os cientistas acreditam que a libertação repentina de metano esteve na origem de rápidos aumentos de temperaturas, da alteração dramática do clima e até da extinção de algumas espécies.

Os investigadores alertam também para o facto de este fenómeno poder estar relacionado com o rápido aquecimento que se tem verificado na região do Árctico nos últimos anos.

A equipa de cientistas percorreu toda a costa norte da Rússia a bordo de um navio de investigação e registou grandes concentrações de metano, em alguns casos cem vezes superiores aos níveis encontrados anteriormente. Os registos verificaram-se em várias zonas que se estendem a uma área de milhares de quilómetros quadrados na plataforma continental siberiana.



A concentração é de tal forma elevada que Örjan Gustafsson, investigador da Universidade de Estocolmo e um dos responsáveis pela expedição, citado pelo “The Independent”, afirmou: “pela primeira vez, documentámos um campo onde a libertação era tão intensa que o metano não tinha tempo para se dissolver na água, mas estava a atingir a superfície do oceano sob a forma de bolhas de ar”. Gustafsson acrescentou que “estas ‘chaminés de metano’ foram registadas através de instrumentos de ressonância e sísmicos”.

Citado pelo “El Mundo”, Gustafsson explicou que “a libertação de metano nestas regiões inacessíveis parece indicar que a capa de "permafrost" (tipo de solo do Árctico, composto por terra, gelo e rochas congeladas) está a começar a romper-se, o que permite que o gás escape. Encontramos níveis elevados de metano na superfície do mar e ainda mais elevados a certas profundidades”.

O metano é 20 vezes mais poderoso que o dióxido de carbono, enquanto gás de estufa, e muitos cientistas temem que esta libertação possa acelerar o aquecimento global numa gigante reacção em cadeia: o metano atmosférico causa um aumento das temperaturas que, por seu lado, aceleram o descongelamento da capa de "permafrost" que, em consequência, liberta mais metano para o ar.

Anomalias detectadas em 2003

Calcula-se que a quantidade de metano depositado debaixo do Árctico supere o carbono armazenado nas reservas carboníferas mundiais, daí a importância da estabilidade dos depósitos numa área que tem vindo a aquecer a um ritmo muito superior ao restante planeta.

Os resultados preliminares do estudo internacional da plataforma siberiana estão a ser preparados para serem publicados na União Geofísica Americana, sob a supervisão de Igor Semiletov, membro da Academia Russa de Ciências. O cientista investiga a área do mar de Laptev desde 1994, e até 2003 não tinham sido registados níveis anormais de metano. Foi a partir desse ano que foram encontradas as primeiras zonas de libertação de metano, agora confirmadas por este estudo.

Semiletov, citado pelo "The Independent", sugeriu várias explicações para o fenómeno, entre as quais o descongelamento das camadas de gelo na terra que fazem com que a água chegue ao mar a temperaturas mais elevadas e em maior volume.

O Árctico registou nas últimas décadas um aumento médio das temperaturas em quatro graus centígrados e uma forte diminuição da área oceânica coberta por gelo durante o Verão.

Maiores desmatadores

Minc divulgará lista dos maiores desmatadores, que podem responder à Justiça

O Globo

BRASÍLIA - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, prometeu divulgar segunda-feira os nomes dos cem principais devastadores da Amazônia. A publicação de uma lista com 150 nomes chegou a ser anunciada no início do ano, na gestão da ex-ministra Marina Silva, mas jamais veio a público. Segundo Minc, a medida vai atacar a impunidade ambiental na Amazônia. Ele disse que apenas 1% dos casos de desmatamento na região resulta na condenação dos responsáveis.

" Em tese, toda regularização fundiária ajuda a combater o desmatamento e a preservar a reserva legal de floresta "
Minc anunciou também a formação de uma força-tarefa para tentar levar ao banco dos réus os cem maiores desmatadores. Segundo ele, as ações judiciais serão preparadas por um grupo integrado por servidores do Ibama, do Ministério Público Federal e da Advocacia Geral da União, que começará a atuar já na semana que vem.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário confirmou a existência de um plano para doar a posseiros já instalados na floresta terras públicas com até quatro quilômetros quadrados de área. Segundo um estudo da pasta, a idéia deve beneficiar 284 mil posseiros na Amazônia. Segundo cálculos da ONG Imazon, o projeto pode levar a União a abrir mão de um patrimônio estimado em R$ 2,1 bilhões. O Ministério do Desenvolvimento Agrário não quis comentar o valor. Minc disse não conhecer detalhes da proposta, mas se declarou favorável a qualquer projeto de regularização fundiária da Amazônia:

- Em tese, toda regularização fundiária ajuda a combater o desmatamento e a preservar a reserva legal de floresta.